Bicicletário de Recife
Concurso – Projeto
Recife – PE, 2015
O projeto para o bicicletário de Recife partiu de uma análise cuidadosa do terreno e seu entorno, que revelou potencialidades capazes de serem exploradas com a implantação do bicicletário, trazendo grande benefício para os usuários da área, sejam eles ciclistas ou não.
O primeiro ponto observado foi a proximidade com dois pontos de interesse e geradores de fluxo de pedestres: a Casa da Cultura e a Estação Ferroviária. Para facilitar o acesso a estes equipamentos e favorecer a integração entre modais de transporte, foram propostas passarelas para os pedestres conectando diretamente estes pontos e o bicicletáro.
Além disso, observou-se a existência de uma grande área subutilizada próxima ao terreno, no centro da quadra. Para esta área foi proposto um parque urbano, também conectado ao bicicletário e aos outros equipamentos por uma larga passarela que dá continuidade aos espaços públicos permitindo um caminhar agradável e seguro para os pedestres. A proposta do parque urbano baseia-se na percepção de uma ausência de áreas públicas verdes e permeáveis na região. Além disso, sua implantação favorece a circulação de pedestres pelo centro da quadra, promovendo maior acessibilidade até o bicicletário e aos outros equipamentos.
O bicicletário e seus programas de suporte ficam localizados sob a estrutura das passarelas. São facilmente acessíveis pelos ciclistas que vêm de qualquer uma das três vias que conformam a praça. O fechamento é executado utilizando-se uma subestrutura metálica que proporciona flexibilidade para que, durante a vida útil da estrutura, diferentes layouts sejam possíveis. Acopladas à subestrutura metálica, placas de u-glass fazem a vedação dos ambientes, garantindo sempre iluminação natural.
A planta circular do bicicletário conforma quatro ambientes distintos no piso térreo: uma praça central e três praças periféricas, em contato com as ruas. A praça central possui um caráter mais íntimo, protegida do movimento e dos sons das ruas. Possui bancos em concreto e vegetação para garantir sombra aos usuários em busca de um ambiente de descaso. Já as praças periféricas, têm a função de receber os ciclistas que se dirigem ao bicicletário, além de proporcionar um ambiente mais dinâmico para os pedestres.
A laje de cobertura do bicicletário é também a laje de piso da passarela. Ela conecta os diversos equipamentos da região e, devido ao grande fluxo de pedestres esperado, possui menos obstáculos. Apesar disso, a existência de bancos de concreto e sua altura elevada em relação ao restante dos edifícios da região, conformam um ambiente agradável para o devaneio e a observação do movimento da cidade.
O projeto do Bicicletário de Recife propões ir além de uma simples estrutura para a guarda de bicicletas.
Busca equacionar o problema local de conexão intermodal além de prioriza o deslocamento dos pedestres. Sua implantação resultará em um marco na paisagem capaz de valorizar os meios de transporte não motorizados e indicar e estimular novos hábitos de deslocamento na população.
Autor: Gabriel Nardelli