Ponte Parque de Florianópolis

Concurso – Projeto
Florianópolis – SC, 2014
Projeto vencedor de Menção Honrosa

O reconhecimento das pontes como importantes pontos nodais remontam séculos passados. A ocupação por comércio e residências de importantes pontes, como a antiga ponte de Londres e a ponte Veccio em Florença, demonstram o potencial que tais estruturas possuem para se integrarem à vida urbana das cidades.

O avanço dos meios de transporte individuais motorizados tem reduzido as pontes a meras infraestruturas para o tráfego viário, criando espaços inabitáveis, muitas vezes intransponíveis para pedestres, e segregadores dos espaços urbanos. O potencial de recuperação da antiga urbanidade da ponte, porém, ainda é latente. Propostas mais recentes como os edifícios viadutos de Le Corbusier, embora ainda priorizando o transporte motorizado, demonstram que a ocupação da estrutura das pontes por outros usos é factível.

Com a crescente preocupação com a mobilidade urbana, a necessidade de incentivar o uso de meios de transporte não motorizados torna-se prioritária. Dessa forma, o projeto para a ponte de Florianópolis busca nas influências históricas subsídio para propor uma melhor solução para a ligação do continente à ilha. Solução que não se limita apenas ao tráfego de veículos, ou mesmo de pedestres e bicicletas, mas a completa urbanização da ponte, integrando-a com o restante da cidade e trazendo a cidade para dentro de si.

O tráfego de veículos motorizados foi completamente separado do de pedestres e ciclistas. As alças de acesso são exclusivas para os automóveis e ônibus e encontram-se no subterrâneo liberando o espaço, antes ocupado por avenidas, para a criação de um parque que integra a ponte à cidade. Na ponte, o tráfego continua segregado, cruzando-a sob o tabuleiro. Apenas ônibus podem, em alguns pontos, acessar o tabuleiro superior para o embarque e desembarque dos passageiros com maior comodidade. Sobre o tabuleiro desenvolve-se a urbanidade prometida. Grandes arcos centras criam uma topografia que geram espaços para lojas, serviços e novas formas de apropriação.

Os grandes pilares metálicos se tornam circulações verticais que dão acesso aos apartamentos e escritórios presos à estrutura da ponte, além de mirantes e restaurantes localizados no interior da viga treliçada que estabilizam os pilares.

Sob a sombra dos apartamentos e escritórios criam-se espaços apropriáveis para a prática de exercícios físicos com maior conforto ou para o simples relaxamento e ócio. Geram ainda uma passagem protegida para pedestres, seja do Sol ou da chuva, além de conformar um ambiente resguardado para o embarque e desembarque dos passageiros dos ônibus.

Autor: Gabriel Nardelli