Abrigo sobre rodas

Concurso – Projeto
2016

Fenômenos naturais podem mudar drasticamente o cotidiano de muitas pessoas. Nesse contexto, um abrigo emergencial tem papel fundamental em minimizar os traumas de populações afetadas.

Em áreas de situação pós-desastre, as estradas são infraestruturas indispensáveis para o transporte de mantimentos, medicamentos e voluntários. Deste modo, são essenciais na recuperação de danos físicos e emocionais de pessoas fragilizadas, uma vez que o isolamento apenas agrava a situação daqueles que não podem mais esperar. Repará-las ou até construir caminhos alternativos é o primeiro passo a fim de fortalecer a esperança para a reconstrução. E são por esses caminhos que os abrigos emergenciais chegarão aos seus usuários (A).

Os módulos, que compõem os abrigos e usos afins, são pré-fabricados e transportados ao local de forma parcelada para montagem imediata pelos próprios usuários (B). A vantagem de ser móvel é permitir a instalação do abrigo em diferentes locais, podendo ser desmontado e reutilizado posteriormente. A desmontagem possibilita que os materiais sejam compactados a fim de economizar espaço e combustível no transporte. Dessa maneira, a ideia do projeto é construir estruturas permanentes e itinerantes, porém de uso temporário em cada local.

Os módulos são unidades autônomas de 2,4 x 7,2m construídas sobre a carroceria de caminhão (C), funcionando como fundação. Enquanto possibilidade de extensão da área, os módulos foram projetados com pórticos externos, que funcionam como percursos sombreados e conformam áreas de socialização. Em algumas tipologias, foi acrescido um sub módulo de 2,4 x 2,4m construído sobre um deck de madeira, sob o qual encontra-se o reservatório e a bomba de água pressurizada. Nos outros módulos, a própria diferenciação de níveis do piso abriga o reservatório.

Os materiais – estrutura de madeira; vedações em OSB, em telha metálica e em policarbonato; e cobertura em telha metálica – foram escolhidos pensando na sua facilidade de montagem e manuseio pelos próprios usuários. Além disso, o processo de montagem possibilitará os envolvidos a ressignificarem o conhecimento adquirido a fim de se criar diferentes implantações de acordo com suas próprias demandas.

Na implantação sugerida (D), capaz de abrigar 100 pessoas, os módulos estão dispostos ortogonalmente e agrupados de forma a criar diferentes espaços de convivência. Há um elemento complementar à lógica proposta que é a capela, cujas vedações e implantação seguem uma lógica inversa aos demais módulos. A capela visa dar conforto à alma, que nesses momentos cumpre papel essencial.

Autores: Gabriel Nardelli, Isabela Lopes e Lucas Fukuda

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