Corte perspectivado Marco Cavallo

Marco Cavallo:
Espaço De Inclusão E Cultura Da Saúde Mental

Espaço Público – Projeto
Belo Horizonte – MG, 2017

18 de maio de 2017. 30 anos do Dia da Luta Antimanicomial no Brasil. Apesar disso, as marcas dos tempos de manicômio ainda permanecem estampadas na arquitetura de muitos espaços de assistência à saúde mental. Diante desse cenário, o Espaço Marco Cavallo surge da vontade de se propor uma arquitetura que corresponda de fato aos princípios da Reforma Psiquiátrica e que se relacione com os equipamentos da Rede de Serviços de Belo Horizonte, preenchendo as lacunas identificadas.

Sendo assim, a proposta consiste em uma nova tipologia no campo da saúde mental, que oferece atividades artísticas aos cidadãos em sofrimento mental, mas sem se restringir a eles, uma vez que se objetiva justamente a inclusão desse grupo na sociedade. Nesse processo de reinserção social, a arte é um elemento chave, pois além de ser uma forma de expressão, atua como um instrumento de reconstrução da liberdade e da identidade dessas pessoas – com e apesar do sofrimento mental.

Para além de um equipamento da saúde mental, Marco Cavallo é essencialmente um espaço público e abriga: salas para oficinas artísticas, galerias de exposição, reservas técnicas para acervo, biblioteca pública, serviços de alimentação e praças. Como resultado, tem-se um espaço plural que se abre para a vida urbana, e permite passagens, trocas e encontros.

POR QUE MARCO CAVALLO?

Trata-se de uma homenagem à luta do psiquiatra italiano Franco Basaglia, grande referência no campo da saúde mental. Em 1973, quando Basaglia era diretor do antigo manicômio de Trieste e implantava medidas para a desinstitucionalização, foi construído um grande cavalo azul de madeira e papel machê nas oficinas artísticas que aconteciam ao longo do processo de libertação dos internos. A escultura, batizada de Marco Cavallo, tornou-se símbolo da luta pelo tratamento em liberdade, pelo encontro entre a loucura e a sociedade, pela inclusão, pela reforma psiquiátrica.

“Marco Cavallo libertou a loucura através da arte,
e a arte colocou o ‘louco’ na cidade fazendo dele cidadão. ”
(Autor desconhecido)

Autora: Isabela Lopes
Orientação: Maurício Campomori e Guilherme de Vasconcelos

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