Vista da entrada do berçário e jardim de infância - projeto de arquitetura Flat27
Vista do pátio de entrada do berçário e jardim de infância - projeto de arquitetura flat27Vista do pátio interno do berçário e jardim de infância - projeto de arquitetura flat27

Imagem do interior da sala de aula do berçário e jardim de infância - projeto de arquitetura flat27

 

 

Berçario e Jardim de infância

Concurso – Projeto
Belo Horizonte – MG, 2017

Quando solicitados para projetar um equipamento público de educação infantil, buscamos por uma região de Belo Horizonte que apresentasse real necessidade desse serviço. Observamos um déficit na Regional Oeste da cidade, em especial no bairro Nova Gameleira, predominantemente residencial. A maior densidade populacional do bairro encontra-se no Conjunto Habitacional “Henricão”, projetado com o objetivo de se isolar do entorno, que é constituído por pequenas residências e um variado comércio local.

É fato que a localização é fundamental na implantação de uma escola infantil, visto que ela deve se inserir no cotidiano das famílias de forma a facilitar os trajetos percorridos. Pensando nisso, elegemos um terreno cuja localização favorece o atendimento tanto dos moradores do Henricão quanto das demais residências. Nele percebemos a oportunidade não apenas de implantar uma escola capaz de absorver toda a demanda identificada na área, como também de proporcionar um espaço público integrador das duas áreas urbanisticamente segregadas no bairro. Com 11.068m² e utilizado como campo de futebol, o terreno já apresenta amplo espaço plano. Além disso, está circundado por vias de fluxo reduzido, ao mesmo tempo em que se encontra estrategicamente próximo a Av. Amazonas, o que aumenta a oferta de transportes. Pesou-se ainda um dado curioso da Prefeitura: a Regional Oeste apresenta apenas 5 creches municipais ao passo que conta com 20 campos de futebol, sendo 2 deles adjacentes ao terreno escolhido. Com base na demanda calculada para sua área de abrangência, a escola foi então concebida para atender 240 crianças e 80 bebês.

Quanto à arquitetura do espaço escolar, é impossível desvinculá-la da escolha pedagógica. Pensando na pedagogia construtivista bem como no caráter comunitário do equipamento, foram desenvolvidas 6 diretrizes que embasaram a concepção do projeto:“Escola Articuladora” – integração entre os moradores da região estimulada pelo complexo;

1) “Escola Articuladora” – integração entre os moradores da região estimulada pelo complexo;
2) “Escola Aberta” – todos os espaços devem ser de aprendizado;
3) “Espaços Polivalentes” – ambientes que possibilitam diferentes apropriações;
4) “Estímulo à Autonomia” – valorização da independência da criança para usar e intervir no espaço;
5) “Paisagismo Interativo” – aprendizado por meio do contato com a natureza para além da contemplação;
6) “Conforto Ambiental” – priorização de iluminação e ventilação naturais estimulantes ao aprendizado.

ESTRUTURA

Para abrigar as salas de aula e a entrada, foram projetados 14 módulos de 9x12m, compostos por pilares tubulares circulares e vigas perfil I. Esses módulos foram distribuídos em um grid de 3x3m de forma a gerar pátios internos variados e circulações generosas que funcionam ora como expansão das salas, ora como continuação dos pátios. Já a área administrativa e o refeitório localizam-se sob uma passarela que conecta 2 pontos do terreno e facilita o acesso à escola a partir do Henricão. Essa passarela – composta por pilares tubulares circulares, vigas perfil I e laje alveolar – rompe com o grid dos módulos para estabelecer um diálogo direto com o traçado viário do entorno, conformando de um lado a praça pública e, de outro, o ambiente escolar.

Por fim, foi projetada uma estrutura que conecta a passarela aos módulos: uma cobertura suportada por vigas treliçadas que se apoiam em 4 pilares tubulares circulares preenchidos de concreto. Essas soluções estruturais não fariam sentido em outros materiais, pois demandariam peças mais robustas que prejudicariam a concepção arquitetônica, baseada na fluidez e delicadeza dos espaços.

Autores: Gabriel Nardelli, Isabela Lopes e Ana Elisa Carvalho
Orientação: Guilherme de Vasconcelos e Marcos Franchini